terça-feira, 15 de junho de 2010

Bro Hymn

Meses se passaram
E que diferença,
Positiva,
Deu-se à essa verdade?

Postrada entre a dúvida,
A idéia e o desejo,
Seu ser e sua compreensão,
Ficou a saudade.

Ludibriada pela beleza,
Encontrada entre sorrisos encabulados,
Rindo do mundo besta,
Ficou a saudade.

Anseando passos,
Descalços, torneados,
Numa cumplicidade inexplicável,
Ficou a saudade.

Invejando a seriedade,
Sóbria e focada,
Honesta e objetivada,
Ficou a saudade.

Imaginando o impensável,
Num universo curto e cômico,
Sendo bela e branca,
Ficou a saudade.

E na distância de um canavial,
Completa por ser, mesmo, completa - mesmo faltando,
Sorrindo,
Ficou a saudade.

Tangente entre subsolo e o céu,
No abraço de um urso,
Assustada com a falta que faz,
Ficou a saudade.

Com medo de si - apesar da suficiência,
Tolhida pelo acaso,
Magnífica pela benção,
Ficou a saudade.

Na pegada de ombros fortes,
Sensuais como só a inocência permite,
E tristes como só o acaso,
Ficou a saudade.

Amparada pela certeza da afinidade,
Segura pela certeza da volta,
Forte pela certeza do sorriso,
Acabada pelo medo da perda, das barbas, das rugas e da indiferênça,
Ficou a saudade.

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