quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

apagado

Se valer de coragem para legislar
o desejo
é inútil se uma decisão tomada ata-me
à cama.
O mesmo leito para sempre
marcado
por você.

Fugiu de seu medo amarrando-me ao sofrimento.
E a lógica, vã, ficou no pré-
vestibular.
De tudo que lhe dei, quer unicamente
o que não posso dar. E de tudo que
desejei, dando-lhe
tudo que podia,
só pode me dar o que não faço questão.

Fico sem o pouco para não ser engolido
pela vontade
de ter o tudo.

Agora, apagado, nem o sol me serve.
Queria eu apagar. Hibernar
alguns
sonhos. Levantar com
a Lua apagada, de vez.
Eterna, Lua
nova.

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