Algo sujo tem povoado meus pensamentos. Não a sujeira das ruas, das tragédias pessoais, dos amantes livres, mas a das sensações mais íntimas: desespero, impotência, angústia e isolamento. Minhas próprias expectativas, que de tão cansadas, já há muito são nulas e, mesmo assim, ainda me traem. Tenho sorrido menos do que devia. Tenho suportado as pessoas menos do que devia. Mesmo assim, por vezes, algo ilumina estranhamente pelas janelas escuras e alguma coisa se move aqui por dentro; se move por tempo o suficiente pra se tornar uma expectativa e machucar o espírito com o entendimento de sua efemeridade. Um gole, um trago e um espasmo de carência que trabalham a afecção como uma estrela de nêutrons.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
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