bebida
Quanto desse amargo, que
raspa
o céu da boca não é,
ele todo, espírito?*
O colosso púrpura - refeito em caleidoscópio -,
segurando pedras, me trai.
Precisou de menos
moedas
do que para o filho d'O dono.
E quanto de espírito não é,
ele próprio,
genética?
Há cura.
***
virtualidade
Ao fenômeno, que se
expõe à
carne,
só pode ser intuído o sórdido,
pois esse é rotina
em cama da doênça.
Um, dois, três, seja lá quem
foi,
dessa ou outra vez,
mas não presto pra esquecer que foi
com
você.
***
bêbado
A roupa cola ao corpo, que
pelo copo
esquenta, mas não desfaz;
é refeita, aliás, a
criação. Gritam as mãos, rumo ao telefone,
mas foge o personagem (quem é ele, senão a coragem inventada pra superar a dor?) e sublima com o
resto
todo.
Terá peito pra encarar a nuvem,
que é a janela,
e nela se bastar? Mariana - dizem as cordas,
mas elas só se acertam
em mãos
de gênio. Eu tento e nem
me esforço. De Costa à costa.
***
rancor
Me esforço e não enxergo,
nesse enxerto de despreparo que és,
metade do
valor
de uma flauta ou pandeiro,
que trituram
o que me
resta
de resto
de vida que me reservo.
Que morra sem me conhecer, mesmo
eu
sabendo que
é o mesmo em mim,
não tendo o
que morre.
***
arrependimento
Quem escolhi para ser? Decerto que
alguém
que eu jamais escolheria.
***
por favor
O que é, moça,
sua convicção
e o que não é?
Eu
bastava.
___
*(obrigado Pessoa)
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