quarta-feira, 2 de março de 2011

primeiro princípio da dinâmica

Sobre a estante restam poucas
cartas, alguns comprovantes e
uma última
chance. Certamente será
desperdiçada.
Mais certamente ainda, não
em breve.
O que fica empoeira, pois é inerte. Pensamento
estático e desejo enfático.
Quando
em vez
um sobressalto:
"como vai, como vai, como vai?"
"muito bem, muito bem, bem, bem!"
E o pó permance como lembrança,
como resposta.
As lembranças sujas são as melhores. Devassidão
verdadeira.

***

Agora é só a tosse
seca e os
lábios
rachados.
Os enganos entram pela janela, batem
na nuca e endurecem
o espírito. De nada
servem.
Nem um sopro de ilusão.
Agarra-se às ervas daninhas
que brotam entre
as pedras do poço
o
covarde. Caíndo, há medo,
mas pode a queda
nunca
acabar, o
costume
virar lei e, por decreto do tempo,
o fundo aparecer
lá em
cima.

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