segunda-feira, 4 de abril de 2011

01.05.0000

Da proa de seu galeão, lançou
o casaco alemão ao mar e rezou
72 ave-marias. O
medo já
havia
corroído mesmo as
mais grossas
artérias de seu corpo.
Galés, botes e canoas, aproximando-se
ternamente,
fortaleciam-se a cada
gota
de suor que lhe
escapava pela
testa.

O primeiro tiro de canhão foi ouvido
às duas horas da
manhã.
Cerca de hora e meia
depois, foi
degolado por Macajé
dos
Santos e em seguida teve suas
partes
atiradas aos peixes e camarões, tudo
sob o mais profundo
silêncio.
A embarcação não fora
preservada. Pouparam
os
quadros e queimaram os
vestidos.

Naquela noite
dormiram apreensívos com
o
destino
de suas vidas. Na manhã
seguinte não mais se falou
nisso e
todos
beberam e cantaram e dançaram
a seus
filhos, netos
e irmãos.

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