quinta-feira, 24 de novembro de 2011

da importância do corpo / do espírito


I.

Ecos de pontos em repetição
geométrica no outro fazem
de meu corpo
adoração ao teu, templo de missas
tão pagãs
quanto meus sonhos mais sorridentes.

Pássaros de invernada poluem,
em desacordo com o ritmo
do espírito,
a linearidade descompassada
do contrarregra, mas
são alvo fácil aos
dentes salgados por
padrões límbicos. Nada no mudo
quando charco dos desejos.

Não me faço de vontades
por estar fruto de amor,
mas existo os poros da bonita
no coro biunívoco.

II.

Rende-se o medo a teu desenho
em meus sonhos. Não por
ser redundante em covardia: por ser
mesmo pequeno
ante o que me deu; por não ser
nada ante o aparelhamento azul
de meu sono.

Cobra criada em fulgor de
horizonte, anseia pela oportunidade
de outra dose de
sublime, sejam com baguetes, sejam com
canecos, sejam só
saudades. Mas que daí nascem
borboletas, com suas asas
de melão, roçando
estômagos e
angústias, lavando raízes
e armando totens.
A adoração é inevitável pois
carrega requintes de
natureza, sobre quem me é
e como se me
aparece, em prosas, espelhos e
manhãs.

Não me faço de amor
por estar fruto de vontades,
mas existo os poros da bonita
no coro biunívoco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário