sexta-feira, 10 de junho de 2016

sobre barbearias e garrafas verdes

Aquilo tudo que os idiotas podem me dizer possui uma força tremenda de indução. Passo horas me perguntando sobre o ponto, a finalidade. Suas barbas castradas em barbearias modernas, estilizadas por agências de publicidade repletas de manés em suas barbas cortadas nas barbearias que decoraram e por isso tão top, destino certo de seus erários acumulados nas 20 horas extras daquela semana mal dormida, empurrada por estimulantes não recreativos na maquinha fofa de expresso falso tão bem desenhada por colegas seus de tão bem cortadas barbas e tão bem destinados erários. De suas casas-escritórios saem pilhados, atolados em suas apertadas calças de camurça, empunhando como troféus suas verdes garrafas, emplacadas por campanhas publicitárias repletas de barbas tão bem feitas e camisas xadrez tão engomadas que nem disfarçam a dependência de suas mães, objeto-amor-dependência de quem atravessou a pós-modernidade sem perder o desprezo pelas mulheres, estuprando-as em baladas que de tão top e intimistas, intimidam por tanta esterilidade e abjeção ao que não é engomado, xadrez e castrado em modernas barbearias da não tão baixa Augusta. Baladas tão intimistas quanto top que filas são desfiles e nem drogas decentes circulam, se não as garrafas verdes e com sorte alguém que comprou de alguém que conhece alguém de tal alguém que aparece com um pouco de fumo, mas de tão pastel e tão intimista e top a balada que não será sequer aceso. Memórias fugazes e silicamente eternas costuradas por discursos anti-modernos atrás de celulares maiores que os bolsos de suas calças de camurça marrom, ganhando a noite em poucas palavras cuspidas em caracteres e curtidas tão vagas quanto suas barbas. Discurso político alinhado, ganhando o salão intimista através de tons pastéis e letrinhas saídas de fofos seriados de garotinhas e garotinhos que tocam violão e cantam musiquinhas modernas convincentes pois alinhadas, atrás de barbas bem castradas e camisas xadrez e vestidinhos da Vila Madá. O caminho de casa transformado em letra U nos celulares, catalizadores criativos do que desenrolara na balada top: uma campanha publicitária sobre garrafas verdes e barbas bem-feitas enfeitando a balada top.

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