terça-feira, 8 de junho de 2010

O Grande Sol Amarelo Queimador de Pupilas

Tormentas a ofuscam,
De esquina em esquina,
Qualquer que seja,
Onde e quando não queira.

Pequenas tormentas que se confundem
Hora com o silêncio ensurdecedor de corujas,
Hora com a gritaria entorpecente de saudoso marulho.
Pequenas tormentas, grandes tormentos.
Pequenas cabeças.

Grandes olhos;
Grandes idéias;
Pequenos planos;
Confundindo-se,
Ofuscando.

Na encruzilhada,
Defronte a quatro horizontes
- Todos pesados -
Carregados de tormentas
E chuvas de sapos indigeríveis,
Cumulativos.

Acocorado e vulnerável;
CUIDADO gravado em todas as faixas
De pedestres e automóveis,
De caixas de banco, amas de leite e amantes;
Cuidado ofuscado, atormentado.
Ela, totalmente ofuscada.
Ele, totalmente atado.

- O que teme, mãe?
Temo a própria existência,
Que é a tua existência,
Que tem medo de existir,
De se confundir,
De se assustar com as sombras após a tormenta.
Com medo do que se ofusca;
Com medo de não tomar cuidado.

Aqui se fez, aqui se paga
Você me disse.
Você me fez, você me paga.

Mãe, mente, cuidado.
Confundimo-nos pois somos o mesmo;
A mesma;
Hospedeiros
Que temem a si.
Que temem os outros.

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