A textos que negam a poesia;
E por de negação se alimentarem,
Fomentam do amor a heresia
Nenhum indício regala os senhores com o espetáculo interior, pois não há um pintor capaz de dar dele uma sombra triste. Trago, viva (e preservada através dos anos pela ciência soberana) uma Mulher de outrora. Alguma loucura, original e ingênua, um êxtase de ouro, não sei quê! por ela nomeado sua cabeleira, dobra-se com a graça das fazendas em torno de um rosto que a nudez sangrenta de seus lábios ilumina. Em lugar da veste vã, ela tem um corpo; e os olhos, semelhantes às pedras raras! não valem esse mirar que sai de sua carne feliz: seios erguidos como se estivessem cheios de um leite eterno, a ponta para o céu, pernas lisas que guardam o sal do mar primeiro.*
E ainda por insistirem na falácia
- nem verdadeira nem sombria -,
Ocultam a sublime dedicação,
Da bela adoração de quem se enfastia.
Decida-se, peço em teimosia,
Em esperança da posição,
Mas as pretendidas alvíssaras,
Ficarão suadas diante um talvez não.
*Mallarmé - divagações
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