sábado, 4 de junho de 2011

alegriazinha de quinta*

Abandonar o navio é como, em sua
generalidade, reconhecer
os limites do horizonte pretérito.
A inversão - e é aqui
que o navio
se torna horizonte - é
a conquista colonial de
novos sentimentos e sensações. Não há
âncora,
apenas o novo.
Saudosismo amargurado (mas quase
gostoso em suas entranhas) que
cativa e distrai o
renovado
fogo das finitas velas.
Ainda que seja fantasioso o
jovem rubor,
empurrá-lo por, não determinado,
mas necessário tempo,
é tarja preta
a tão desejada paixão.
fim da parte I

Cíclico, o espírito reconhece
no escambo (palavra de sonoridade incômoda, quase infantil) sua verdade despida de veneno.
- Estou mudo em criação por dentro. Voltarei a isso depois.
fim da parte II

Pergunto-me, do sublime de
elevados espíritos - desses
circulantes em
cotidianos letrados ou, ao contrário (contrário?),
fugidos da ilustração -, se reconhecem
o favor que
me prestam.
Gracejo um agradecimento em silêncio.
Idealizadas rotinas renovadas a cada
crepúsculo, como se
um sujeito, qualquer
que fosse,
fugisse a humanidade pegajosa do nascer.
fim da parte III

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*(antecede o anterior em 24 horas)

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