terça-feira, 14 de junho de 2011

das decisões

Numa manhãzinha de sábado, pouco antes das piadinhas da feira tomarem de assalto o meu quarto, acordei pensando no que faria a seguir, mas logo esqueci. Todos os sons vieram janela adentro e minhas decisões foram levadas junto com pepinos baratos e laranjas que fazem os filhos darem pulos de alegria. O sol irrompeu pela persiana e obrigou o gato, satisfeito por encher de pêlos a coberta recém lavada, a abrir e fechar os olhos alguma vezes, até ficarem completamente azuis e protegidos daquele afronte à escuridão, o que também me desviou um pouco o foco dos pensamentos. “Há! Há! Que graça. Mas o que era mesmo?...” O dia correu trôpego, com um ar embolado de compromissos e sorrisos, que nem vi.
Na manhã seguinte, por acaso, lembrei que tinha sido meu aniversário. Envelheci e nem sabia.

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