sexta-feira, 26 de agosto de 2011

sobre Deus e sobre as coisas que Ele me deu e tirou

Deus sabe de todos os
pecados que
cometi. Ele, mais que
ninguém, sabe de todos os
cálculos
turbulentos que fiz e Ele,
somente Ele, sabe o quão duro pode
ser um erro neles.
Deus me deu pílulas de felicidade.
Deus me deu a primavera e a
depressão.
Deus me deu o álcool e Ele
me deu também uma pequena
porção
de muito bons amigos.
Foi Ele quem encheu minha cabeça
com toda sorte
de pensamentos profanos; sim, foi Ele
quem me ensinou a desconfiar e
a rejeitar.
Deus me deu tanta coisa que
não tenho
bolsos nem
bolsas para guardá-las.
E foi Deus também quem
me tirou algumas coisas que
tinha dado.
E foi me tirando tantas e
tantas coisas,
que certo dia só me
restava Ele.
Descobri isso num
domingo de sol quando, esperando
o ônibus, coloquei a
mão no bolso e
achei-O lá. Não entendi bem,
mas pareceu-me que Ele se enfezou
com isso e zarpou fora.
Por mais desculpas que
eu tenha
pedido,
Ele e sua ira estúpida viraram-se
contra mim.
Desde então, até onde me consta,
não temos nos entendido
muito bem.

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