Os galgos
todos foram banhados e perfumados para a noite de gala. Somente após
a sessão de degola, apesar, é que teriam vez na mesa de jantar.
Tantos preparativos e mimos aos pelos, que os guardas esqueceram o
café no fogo que, por pouco, não assa, vira pó e insiste em
sublimar. Os pescoços, esses menos mal, tiniram na navalha mais
depressa que ânsia de moleque ante Marilyn.
- Ora,
ora, ora! Mas veja o que temos aqui!
Bradou
sob as toscas barbas o filho de Epíruco.
- Nada
além de engano e urbanismo. É ou não o ego, cuspido e escarrado,
de nossos beats mais apodrecidos? Há! Há! Há! Tão rápido
que o choro não encanta nem valsa de debutante.
De fato,
o apelo criado nas cercanias daquele ritual não agradava a todos.
Menos ainda a ninguém. É que o sonho de horizonte dos sujeitos não
existe sem ser limite: céu e mar, noite e cidade. Vai ao infinito
com tangências de grilhão. Ao menos (menos?) sabe que de vidro não
o teto, mas talvez -talvezinho, de leve, depois do almoço, enquanto
sonha sozinho na sombra da mexeriqueira- a sanidade. Ele -e aqui o
pretenso existente leitor há de desculpar o pulo de apresentação
dessa suposta personagem- nem sabe de seu cheiro, de seu peso, de
seus vícios, de suas degolas. Vive o alfa de uma fêmea em
polvorosa.
- Oh!
Bastião, estás bem?
Graceja
honesta questão, a Razão.
- Tanto
quanto vós, carne violada. Vivo meu momento e ele é eterno em seu
Saturno.
Responde
sorrindo, dentro e fora, o delicado.
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