domingo, 1 de janeiro de 2012

das pitadas de credulidade


Fico na retaguarda se curioso sobre
o poder das fotos em
guardarem músicas,
dos textos
em serem sensações
e do tempo em ser memória.

Abro os olhos e me vejo
estranhamente crédulo por
luzes e estampidos.
Mesmo aos duros de fé, é
como se
as cores pudessem mesmo realizar desejos.
Culpamo-nos por isso,
pois somos o pecado em
seu avesso, só que
é essa a mesma liberdade
-livre arbítrio, talvez diriam-
que trai nossa razão.
Cada estouro, cada rolha
que desaparece, cada sorriso de morte,
cada puta que reflete sobre si,
cada tiro dado ao alto:
tudo nos remete à esperança,
num arremedo triste e sorridente
de superstição.
Desejamos intensamente e,
tão logo os minutos passam,
fingimos nossa própria mentira.
Céticos do próprio
ceticismo.
Energias de além mar que
me fazem enrubescer
de vontades,
de lembranças,
de tesão.

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