Fico na retaguarda se
curioso sobre
o poder das fotos em
guardarem músicas,
dos textos
em serem sensações
e do tempo em ser
memória.
Abro os olhos e me vejo
estranhamente crédulo
por
luzes e estampidos.
Mesmo aos duros de fé,
é
como se
as cores pudessem mesmo
realizar desejos.
Culpamo-nos por isso,
pois somos o pecado em
seu avesso, só que
é essa a mesma
liberdade
-livre arbítrio,
talvez diriam-
que trai nossa razão.
Cada estouro, cada
rolha
que desaparece, cada
sorriso de morte,
cada puta que reflete
sobre si,
cada tiro dado ao alto:
tudo nos remete à
esperança,
num arremedo triste e
sorridente
de superstição.
Desejamos intensamente
e,
tão logo os minutos
passam,
fingimos nossa própria
mentira.
Céticos do próprio
ceticismo.
Energias de além mar
que
me fazem enrubescer
de vontades,
de lembranças,
de tesão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário