sábado, 14 de abril de 2012

do ciúme


Do outro se é o que foi
dado. Nada além o espontâneo pertence
alma alguma, senão si.
Mas daí que olhos vesgos se
perdem em devaneios de não
se saber
devanear, ocupando a cabeça de
caraminholas tão inúteis que
(h)a(´) vergonha(.) lhe obriga ir além:
o que fiz? Por que fiz? E de que
me serve? A quem serve?
Espíritos ruins, existindo, certamente
disso ocupariam-se.

Nada muda em seu cerne. Nada.
Não para pior, ao menos.
Mas algo de maligno permeia
as veias da emulação; algo que...
algo que não se encaixa com a liberdade.

Somos e fazemos por razões que,
óbvio, as vezes nos escapam,
mas ainda assim, fazemos.
Nós fazemos. Eu faço. E é meu.
A propriedade só existe sobre si.
Involuntária, espontânea,
irracional ou o diabo
a quatro:
ela existe apenas sobre si -ou assim
ao menos haveria de ser...

No mundo de dois em um, nada mais
infértil que
a posse.

Somos do outro o que ele nos permite e,
em nenhum lugar além de aí, resíde
a felicidade plena.

Sou, nestes termos, pleno. Feliz.

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