terça-feira, 28 de julho de 2009

Prometo: vou me regenerar!

A mentira me consome
Consome tudo, por todas as bordas
E vai se aprofundando
Mas não sei dizer se, no final das contas
Isso tem de fato me dado insônia

Minto pra poder acreditar
Minto pra poder me acostumar com a idéia
[e acho sim que esta idéia está certa, mas me falta coragem pra aceitá-la de pronto]
A idéia fundamental de que nada está errado
Está apenas mudando

Eu mudo
Tu mudas
Eles mudam
Por que não podemos nós, então, mudar?
Você mudou e eu devo seguir seus passos
Devo?

Minto
Digo que não é frieza
Digo que não é distância
Digo que ainda somos dois em um
[e talvez realmente ainda sejamos]
Digo e acredito, mesmo mentindo

Se sei que as palavras nunca lhe chegarão aos olhos e ouvidos
Ao menos vivo da curiosidade de que tenham chegado
E que por chegarem
Façam da mentira uma mentira
Façam de minha paranóia apenas um motivo pra soneto
Façam de minha palidez o rubor a tanto esquecido

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Se o que antes era precipitado por seu mistério
Agora se faz precipitado por medo
Medo de que esteja sendo feito de modo equivocado
De modo preocupado e desgostoso
De modo desapaixonado e sistêmico

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Não interessa
Insistirei em minha mentira enquanto ela se fizer sustentável
[e necessária]
Nem que isso me custe mais cinco quilos!

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